sábado, 14 de abril de 2007

Da intrínseca certeza de que todos os que têm certeza nada sabem sobre o que dizem (Ou: Se entender o presente é complicado, imaginem prever o futuro)

Vamos aos fatos: Os carros permanecem rodando em quatro rodas, sem voar. O Homem não mora em colônias lunares, nem em estações espaciais. O computador é um mero cumpridor de ordens, longe de um ser consciente previsto pelo Clarke e pelo Kubrick na sua "Odisséia no espaço". O mundo não acabou no ano 2000, nem os Incas Venusianos invadiram Nova York.
A atualidade é mais cruel que a mais cruel das previsões jamais feitas por ninguém.
Ninguém previu a internet, por exemplo. Ninguém previu que a potência mais poderosa do mundo iria ser atacada por seus próprios aviões civis. Ninguém previu que o Ayrton Senna morreria ao bater num muro, nem que torceríamos tanto por Rubens Barrichelo. Ninguém previu que bundas cantantes venderiam milhares de discos, nem previram que pensar é proibido (sob risco de termos um curto circuito neural, ao ouvirmos a "música" atual). Aliás, ninguém previu as Redes Neurais de Informação (ou ninguém ouviu falar do projeto Echellon?! Xá pra lá, então...).
Por que ninguém consegue acertar como será o futuro? Por um simples motivo: O presente é inexeqüível! Não podemos interpretar o presente como algo inerte. Como algo simplório. Podemos, tão-somente, torcer para que ele continue do jeito que queremos. Pôrra! Se não podemos interpretar nem que diabé que ta acontecendo AGORA, como vamos acertar o amanhã?!
Nos últimos tempos, previsões catastróficas sobre o clima são a moda. (Moda, em estatística, é aquilo que mais se repete): "Em cinqüenta anos, a temperatura média da Terra será 5º C mais alta" ou "A neve do Kilimanjaro sumirá completamente em sessenta anos" ou, a mais cômica " Os oceanos invadirão as cidades litorâneas". Puta merda! Se essa última previsão der certo, Antônio Conselheiro desbancará Nostradamus. Lembrem-se do que Conselheiro disse: "O sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão".
Eita, pôrra! Conselheiro 1 X 0 Nostradamus... Massa! (To fugindo de novo do contexto, bem sei, mas não podia deixar de tirar uma ondinha com o Michel, né? Michel de Nostradame meus ovos dançando tango...). Voltando ao contexto...
Quanto mais evoluímos tecnologicamente, mais rápidas nossas reações são exigidas. Previram que quando os computadores se tornassem cotidianos em nossas vidas, teríamos mais tempo livre... TEMOS?! Temos miríades de dados simultâneos mundiais a cada macro-segundo, esperando serem processadas por nossos cérebros para transformarem-se em informações... E quando conseguimos, as referidas informações já estão defasadas. Nem temos tempo de ficarmos putos, pois novos dados chegam a 1024 kilobytes por segundo, torrando nosso juízo e nossas razões... Esperando serem transformados em informações!!!
Ninguém previu que o agora já passou, é velho e já morreu! O amanhã já é o ontem, é defasado... O ontem, existiu mesmo, ou foi uma mera alucinação provocada por nosso coquetel diário de anti-stress, anti-depressivos, anti-ansiolíticos e Citrato de sildenafila?
Por sinal, alguém previu o viagra?!
Prever oscilações do dólar, do Barril de petróleo, do Mercado de Capitais, do LME (London Metal Exchange) é razoavelmente fácil. Basta saber o que o mundo está querendo dizer com as, aparentemente dissociadas, informações vindas de todos os lados. Quero ver é alguém prever como, quando e onde os dados que irão virar informações acontecerão...
Por isso, quando vires um macumbeiro, um economista, ou afim, na televisão-na internet- seja lá onde for... CUIDADO!!! As coisas estão tão doidas que é capaz de eles acertarem... Ou ninguém previu isso?!!!

João Bosco De Oliveira

4 comentários:

Anônimo disse...

cara, o jeito que tu escreves é idêntico ao jeito que tu falas... só me lembro das conversas amistosas com o povo lá na 25 de Março. enfim... isso já foi o ontem. hoje já nem existe mais aquele velho "colégio" de nível superior. foi falar em moda, lembrei foi daquelas aulas super estimulantes do tio jurandy... o que me faz lembrar que estou fazendo de novo uma cadeira de estatística (métodos e técnicas quantitativas, se preferir...). o que quero dizer é que, numa sociedade em que a velocidade é tudo, a felicidade é uma obrigação, e o consumo desenfreado nos impulsiona numa avalanche de desejos e necessidades irreais, relembrar o passado é algo simples, quase banal, porém, é uma daquelas coisas que não tem preço.
já ouviu falar na fisolofia do slow food? e do ócio criativo dinâmico? abraço.

João Bosco De Oliveira disse...

Yuri, sim, já ouvi falar do Slow Food. É uma corrente (Quase uma filosofia de vida) contrária ao Fast Food né?! Do ócio criativo, não sei se do estático ou do dinâmico, li alguma coisa do Domenico DeMasi. (Excertos, na verdade).

Anônimo disse...

Fala Bosco, na boa...
Para de usar drogas cara, faz vc se sentir inteligente, mas em 30 anos tu vai estar sozinho e com sérios distúrbios.. ou não.. Mas é este o rumo atual caso nada seja feito.

A propósito, escreve muito, se utiliza de muitas palavras bonitas, mas diz muito pouco, não tem conteúdo.

Espero teu texto (bíblia) de resposta. ou não.. já que essa frase pode mudar teu consciente a não se sentir previsível.

Abraço e cresce garoto

João Bosco De Oliveira disse...

Ei-lo:
http://pensamenthus.blogspot.com/2009/05/resposta-ao-comentario.html

Grande abraço, Anônima.

 
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