terça-feira, 11 de março de 2008

(...) "Mas ela tem namorado"

Pra quem não sabe, esses três pontinhos entre parênteses são usados quando queremos omitir alguma parte do texto, da estória ou do tempo a que se refere a estória. Ah, duvida, fuleiragem?
Pesquisa aê, pôrra!
Então, comecemos a estória:
(...)
Depois de muito chorar, esperando minha comiseração, ele tasca essa frase:
- Mas ela tem namorado!
Eu, como sou uma criatura dócil e gentil (além de extremamente calmo) em assuntos sentimentais, disse-lhe calmamente:
- Aì, fudeu! Tu só tem duas alternativas: Ou tu espera ela terminar o namoro (pois todo namoro termina um dia), ou tu esquece (pois toda paixão termina um dia), ou tu arranja uma garota que não tenha namorado (pois a sorte sempre nos aparece, mesmo que às vezes).
-Peraí! Você falou três alternativas! - Disse-me ele.
-Pôrra! Vai se lascar! Eu queimando meus neurônios pra te ajudar, e tu fica aí CONTANDO, carái!? - Disse, com minha conhecida paciência (Ah, se eu não fosse paciente: Já tinha mandado ele se lascar!).
-Foi mal, cara, foi mal, é que estou sem conseguir pensar direito! - Choramingou, esperando que eu acreditasse que algum dia ele tenha usado seus dois neurônios simultaneamente...
Parei de pensar nele por um instante e pensei em como eu havia parado alí: Consultor Sentimental. Puta que pariu... Bem que minha mãe me avisou: "Filho, nunca se apaixone, quem se apaixona termina sem coração", mas eu não acreditei... Agora é tarde.
Depois de inúmeros relacionamentos fracassados, usei meus conhecimentos em simulação computacional para gerarem um Cenário Estratégico Futuro... Usei as variáveis "auto-estima", "alma-gêmea", "reciprocidade", "similaridades de gostos" e "admiração" para concatenarem com a variável aleatória "amor". Depois de dezoito meses rodando no Supercomputador do Laboratório de Simulação Computacional que eu trabalhava, além de eu ter sido demitido por justa causa a pôrra do software simplesmente deu como resposta: "IMPOSSÍVEL CRIAÇÃO DE CENÁRIO FUTURO. TENTE NOVAMENTE COM OUTRA VARIÁVEL ALEATÓRIA".
Passei os dezoito meses seguintes entrando sorrateiramente no Laboratório e inputando (inserindo informações, pra quem não saca o jargão da área) novas variáveis aleatórias... Até que uma deu certo: "CASUALIDADE".
Antes de gritar "PUTA QUE PARIU, EU CONSEGUI, PÔRRA!", tentei por dois segundos interpretar o gráfico de Cenário Futuro Estratégico da "CASUALIDADE"...
A felicidade da descoberta de tal variável, fez-me esquecer por dois dias (o tempo em que estive preso por "invasão de prédio público sem permissão") a cerne da questão: O que fazer com a pôrra da resposta?
Até que, depois de liberado mediante fiança, comecei a analisar a situação:
1) A Casualidade é a única resposta;
2) As variáveis "auto-estima", "alma-gêmea", "reciprocidade", "similaridades de gostos" e "admiração" são mutuamente excludentes;
3) O Cenário Futuro Estratégico, projetado por tais variáveis significava que o ÚNICO AMOR VERDADEIRO É O QUE SENTIMOS POR NÓS!!!
Bingo! Taí a resposta pra tudo, no item três do parágrafo supra-citado!
Voltei ao presente, com a choradeira do pobre infeliz que não se amava e que após me pagar só sabia dizer:
-Mas ela tem namorado, mas ela tem namorado, mas ela tem namorado...
E eu saio pensando: "Mais um zé-ninguém que não se ama e que se engana ao pensar que enquanto não fizer isso poderá amar alguém..."
(...)



Abraços a todos(as) do amigo João Bosco de Oliveira.

0 comentários:

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Eagle Belt Buckles