Pra quem não sabe, esses três pontinhos entre parênteses são usados quando queremos omitir alguma parte do texto, da estória ou do tempo a que se refere a estória. Ah, duvida, fuleiragem?
Pesquisa aê, pôrra!
Então, comecemos a estória:
(...)
Depois de muito chorar, esperando minha comiseração, ele tasca essa frase:
- Mas ela tem namorado!
Eu, como sou uma criatura dócil e gentil (além de extremamente calmo) em assuntos sentimentais, disse-lhe calmamente:
- Aì, fudeu! Tu só tem duas alternativas: Ou tu espera ela terminar o namoro (pois todo namoro termina um dia), ou tu esquece (pois toda paixão termina um dia), ou tu arranja uma garota que não tenha namorado (pois a sorte sempre nos aparece, mesmo que às vezes).
-Peraí! Você falou três alternativas! - Disse-me ele.
-Pôrra! Vai se lascar! Eu queimando meus neurônios pra te ajudar, e tu fica aí CONTANDO, carái!? - Disse, com minha conhecida paciência (Ah, se eu não fosse paciente: Já tinha mandado ele se lascar!).
-Foi mal, cara, foi mal, é que estou sem conseguir pensar direito! - Choramingou, esperando que eu acreditasse que algum dia ele tenha usado seus dois neurônios simultaneamente...
Parei de pensar nele por um instante e pensei em como eu havia parado alí: Consultor Sentimental. Puta que pariu... Bem que minha mãe me avisou: "Filho, nunca se apaixone, quem se apaixona termina sem coração", mas eu não acreditei... Agora é tarde.
Depois de inúmeros relacionamentos fracassados, usei meus conhecimentos em simulação computacional para gerarem um Cenário Estratégico Futuro... Usei as variáveis "auto-estima", "alma-gêmea", "reciprocidade", "similaridades de gostos" e "admiração" para concatenarem com a variável aleatória "amor". Depois de dezoito meses rodando no Supercomputador do Laboratório de Simulação Computacional que eu trabalhava, além de eu ter sido demitido por justa causa a pôrra do software simplesmente deu como resposta: "IMPOSSÍVEL CRIAÇÃO DE CENÁRIO FUTURO. TENTE NOVAMENTE COM OUTRA VARIÁVEL ALEATÓRIA".
Passei os dezoito meses seguintes entrando sorrateiramente no Laboratório e inputando (inserindo informações, pra quem não saca o jargão da área) novas variáveis aleatórias... Até que uma deu certo: "CASUALIDADE".
Antes de gritar "PUTA QUE PARIU, EU CONSEGUI, PÔRRA!", tentei por dois segundos interpretar o gráfico de Cenário Futuro Estratégico da "CASUALIDADE"...
A felicidade da descoberta de tal variável, fez-me esquecer por dois dias (o tempo em que estive preso por "invasão de prédio público sem permissão") a cerne da questão: O que fazer com a pôrra da resposta?
Até que, depois de liberado mediante fiança, comecei a analisar a situação:
1) A Casualidade é a única resposta;
2) As variáveis "auto-estima", "alma-gêmea", "reciprocidade", "similaridades de gostos" e "admiração" são mutuamente excludentes;
3) O Cenário Futuro Estratégico, projetado por tais variáveis significava que o ÚNICO AMOR VERDADEIRO É O QUE SENTIMOS POR NÓS!!!
Bingo! Taí a resposta pra tudo, no item três do parágrafo supra-citado!
Voltei ao presente, com a choradeira do pobre infeliz que não se amava e que após me pagar só sabia dizer:
-Mas ela tem namorado, mas ela tem namorado, mas ela tem namorado...
E eu saio pensando: "Mais um zé-ninguém que não se ama e que se engana ao pensar que enquanto não fizer isso poderá amar alguém..."
(...)
Abraços a todos(as) do amigo João Bosco de Oliveira.
terça-feira, 11 de março de 2008
(...) "Mas ela tem namorado"
19:11
João Bosco De Oliveira
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