terça-feira, 13 de novembro de 2007

Arrependimento Acróstico (Ou: Ainda que vís palavras saiam de minha boca, elas não refletem a totalidade de meu pensar)

À Luz da lua minguante,
exígua como meus pensares,
hesito receoso por um instante:
-Tenho que dar novas visões aos olhares...

Recorro à cicatrizes mentais,
para dar figura a meus medos.
Mesmo sendo difícil percebê-los,
eles assombram-me taciturnos
(Transcendentais).

Respiro para aliviar a síncope,
ainda que o descompasso
mental já tenha feito o estrago...

Escuto minha alma,
pois a voz é diminuta:
-Serei mesmo um grande filho da puta?!

Peço um voto de confiança:
-Confie em quem não confia
em ninguém há muito tempo,
acredite em quem não acredita
em ninguém faz muito tempo,
ame a quem não ama
nem a si mesmo há muito tempo...

E assista resignada
a uma mudança abissal:

Nenhuma figura humana,
ainda que emperdenida
por várias razões da vida

Deixa de amalgamar
experiências a esmo...

Indo de encontro
a si mesmo,
mesmo na forma de outrem amado.

Milagres acontecem?

Espero que sim,
para meu próprio bem...

Nada mais espero senão

Ter-lhe sempre ensinando-me
a acreditar...

Ontem, hoje e sempre
(AMÉM!)


acróstico
[Do gr. akrostichís, ídos, pelo fr. acrostiche.]
Substantivo masculino.
1.Composição poética na qual o conjunto das letras iniciais (e por vezes as mediais ou finais) dos versos compõe verticalmente uma palavra ou frase.

Para Cecilia, por fazer-me voltar a acreditar cada vez mais a cada novo dia...




João Bosco de Oliveira

1 comentários:

Yuri X disse...

Cara, ainda preciso comer muito feijão com arroz pra fazer uma rima tão chibata quanto diminuta/filho da puta...

As palavras nunca irão traduzir por completo tudo o que de tão ínfimo há de ser traduzido em nós... mas já é uma tentativa.
Arrependimento não mata, mas ajuda a nos orientar... seja no que for, espero que obtenhas o que deseja, pois sei que é um cabra bom. Abraços.

 
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