A premissa básica quando escrevemos um blog pretensamente literário, é seguir a sábia orientação de Fernando Pessoa, ou um de seus heterônimos, sei lá: "o poeta é um fingidor: Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente". Então, vamos lá:
(Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais terá sido mera coincidência. ...)
Depois de intensas semanas de auto-comiseração, esmóleis (e inúteis) pedidos de "por favor, me chamem pra sair" e ver sua auto-estima tender para o menos infinito numa exponencial velocidade, eis que ele recebe um convite para uma reunião-despedida de uma amiga que estava indo pra "Cidade Sem Alma" (São Paulo).
Pensa: "Vou não." Mas foi, mesmo assim.
Lá chegando, antes de chegarem os outros convidados, mata a saudade da amiga. Tenta aparentar o antigo ser que era (confiante, de bem com a vida, em paz com ele e com o mundo). Mas a amiga diz, simplesmente: "Rapaz, você está ótimo; embora eu saiba que não estejas. Mas estou gostando de ver que conseguiu desistir de ter pena de você."
E completa: "Quero te apresentar a alguém."
E ele ri. Um riso franco como não dava a tempos...
Chegam os convidados.
Numa mesa de bar, de um bar no qual ele nunca pensou ir, começa a sentir uma energia boa, de novo, vinda de dentro dele.
E ela chega. Com a mesma expressão que ele tinha, ao chegar no bar... Uma expressão de "Por favor, acreditem, estou bem.". Ele sabe muito bem o que ela está passando, pois passa pela mesma coisa...
Sentam-se lado a lado e começam a conversar.
Sente uma inenarrável vontade de dizer: "Ei! Não fique assim! Você é linda, inteligente, bom papo e gente boa. Se ame". Mas nada diz... Ele é discreto... Discreto como um elefante entrando sorrateiro numa loja de louças...
Decide que não seria ali o local em que ele diria isso. Pede o aparelho celular dela emprestado. Ela, assustada, dá. Ele coloca o nome e o número dele no aparelho dela e diz: "Agora você está com meu nome e meu número. Se quiser conversar, sair, papear, me ligue. Se não quiser, basta deletar..."
Ele diz a todos que tem que ir. (E tinha mesmo: já faziam três semanas que ele não saia nem do quarto, estava desacostumado com gente). Se despede de todos, agradecendo por tão agradável encontro e segue pra casa.
Chegando em casa, vê uma mensagem de Mário Quintana. Resolve colocar no seu perfil do Orkut, mas deixa pra fazer depois. Estava sem saco pra fazer qualquer coisa...
No outro dia, ao atualizar o perfil do Orkut, resolve enviar um convite para a garota participar do network dele. E vê que ela também tinha o poema do Mario Quintana na página dela... COINCIDÊNCIA número 1.
"Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o alguém da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!"
Ela liga para ele, eles combinam de sair. Marcam pra sexta seguinte.
Eis que o herói resolve comprar os ovos de chocolate a serem distribuídos aos raros amigos e parcos familiares na páscoa que se aproxima.
Ele liga pra ela. "Esse telefone encontra-se temporariamente desligado ou momentaneamente fora da área de serviço". Ri e continua a comprar os ovos... E ela liga para ele.
"Oiê! Tudo bem? Estava vendo um filme com minha amiga, no shopping." COINCIDÊNCIA NÚMERO 2: Ele estava no mesmo Shopping.
Decidem se encontrar. E conversam, riem...
E decidem marcar uma saida pra sexta feira previamente combinada.
E, atualmente, tentam fazer um ao outro acreditarem que são Seres Luminosos: Fazem-se mutuamente bem.
(E ela canta bem pacas!!!)
Para escutar: Vale à pena ouvir, refletir e fazer o download!!!
BREU DE MIM (Jácio Cidade e Marcos Rocha)
Interpretação: Grupo Cinco em Ponto.
Vou inventar
Um bicho voador
Pra me perder no céu
E encontrar o que eu perdi
No breu de mim.
Vou me lançar no céu
Do teu amor
Que eu nunca encontrei.
Vou virar um colibri ao léu.
(Eu sou,
Sou o que sou):
Não quero ser o que ficou.
Sem teu amor,
Nem sou ninguém.
Vou em qualquer lugar que for
(SEJA LÁ VOCÊ QUEM FOR)
Eu só quero ser alguém
Que tenha amor
Pra dar amor
Pra alguém.
Ofereço essa crônica de hoje aos meus raros (porém fiéis) amigos e amigas que não desistiram de alegrar meu jardim (mesmo quando parecia um deserto).
Abraços a todos e todas do amigo,
João Bosco De Oliveira.
sábado, 15 de março de 2008
Yap! Pra quem acredita que Deus joga Dados... (Ou: Existe coincidência, mesmo, ou somos preguiçosos demais pra pensar?)
19:28
João Bosco De Oliveira
1 comment
1 comentários:
Huuummm
Coincidências acontecem, mas nada acontecem por acaso.
Será que fui contraditória ou estou brincando com as palavras? rsrs
Só sei que tudo é "possível" e "passível" de acontecer. hehehe
Mas falando sério:
Acho sim, que tudo pode acontecer. Acredito que tudo tem um porque nessa vida. Pois considero que nada acontece por acaso.
Assim como toda fórmula chega a algum resultado, todo acontecimento vem de uma causa e chega num porquê.
Que nessas vira-voltas da vida vc descubra o quanto uma tristeza pode levar a uma Grande Alegria.
Assim como disse o ditado: " Depois da tempestade vem a bonanza."
Aproveite os ventos bons te trazem e seja FELIZ.
Estou do seu lado.
Abraço da sua amiga Lidi...
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